Veio no cio de sonho e fome
Veio febril de sede e sono
Veio de encontro ao nosso ego
O amor veio simples e sincero
Chegou então pouco lapidado,
Posto que foi imediato,
Como um diamante bruto
Que na vidraça fez estrago
Veio como sangue na artéria
Estourando num orgasmo
Veio e chegou violento
Em volto ao medo
Como quem desperta do pesadelo
Como quem desconhece o conforto
De se fundir a um outro corpo
Veio cansado, pelos anos insones,
Veio carente, como quem a muito não come
Desidratado,
Com sede de afeto, sexo e afago
Veio cheio de desejo
E se recolheu sobre meu peito,
Simples e sincero como Eros prometeu.
-para Ana
Veio carente, como quem a muito não come
Desidratado,
Com sede de afeto, sexo e afago
Veio cheio de desejo
E se recolheu sobre meu peito,
Simples e sincero como Eros prometeu.
-para Ana