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Este blog é uma danação e possui a intenção de abalar irreversivelmente o seu sistema nervoso. Usando de técnicas psicológicas de violência estética e poesia, seu efeito estimulante danifica os neurotransmissores sociais e possui o mesmo impacto de uma anfetamina no metabolismo químico-cerebral de um homicida do ego. Com substâncias contrárias as utilizadas nos anestésicos de lobotomia, no Benzoato De Sódio e demais conservantes sociais, a dependência gerada a partir de sua ingestão constante, trará fortes alterações psíquicas e de comportamento. Seu aspecto diário e homeopático de insanidade, regula as euforias banais do cotidiano repressivo e a depressão consumista da pós-modernidade líquida (não podendo então ser digerido apenas como arte). Portanto, seus efeitos colaterais são de um estado neural póstumo, como seu autor e as pessoas que pensam - que ainda não estão mortas, não sendo recomendado para menores de idade, dependentes físicos e emocionais e vendedores de placebo. Não me responsabilizo pelos danos mentais, estado de “anarcocatatonia” e ejaculações multi-orgâsmicas provocadas após as exageradas overdoses poéticas.

Patologia Social

A sobra da esmola que tua mão me dá,
Retornará a tua verme entranha
Como o fruto de minha indigência.

Eis o trigo que se transforma em pão
E alimenta o monstro de nossa existência.
Devora-me com o olhar fraterno
De vossa indiferença
E satisfaça o orgulho de teu ego
Com vilania da tal benevolência.

Da pena,
O amargo gosto na garganta,
Fez-se o mel que minha vida consome
No instante que me doaste as migalhas
A fim de matar-me a fome...

Reflete em tuas retinas,
O prato vazio de meu pranto.
Delicia-te com o estado faminto
E decadência de meu espanto
Sinta o prazer desta satisfação
Na ânsia de meu espírito
Pois reconheça que sem a minha presença
Tua cara causar-me-ia vômito.

Aviso-lhe:
Pulsa em meu corpo degradado
Um ódio sobre a carência,
Digerindo e defecando esta obra, na merda de seu sistema.
Da bosta que é produto de tua oferenda,
Farei semente a brotar na vasta relva
Celebrarei no âmago do seu sepulcro
Como bactérias digerido úteros

É o ódio emana como um estupro.
Mas pelo amor de Deus-pai, todo poderoso
Dai o gosto de merecer outra esmola
E poder olhar-te no rosto, pois de ti,
Nada além do desprezo, eu espero
As saborosas sobras, vindas dos restos teu reto.

Patrick Monteiro