Retornará a tua verme entranha
Como o fruto de minha indigência.
Eis o trigo que se transforma em pão
E alimenta o monstro de nossa existência.
Devora-me com o olhar fraterno
De vossa indiferença
E satisfaça o orgulho de teu ego
Com vilania da tal benevolência.
Da pena,
O amargo gosto na garganta,
Fez-se o mel que minha vida consome
No instante que me doaste as migalhas
A fim de matar-me a fome...
Reflete em tuas retinas,
O prato vazio de meu pranto.
Delicia-te com o estado faminto
E decadência de meu espanto
Sinta o prazer desta satisfação
Na ânsia de meu espírito
Pois reconheça que sem a minha presença
Tua cara causar-me-ia vômito.
Aviso-lhe:
Pulsa em meu corpo degradado
Um ódio sobre a carência,
Digerindo e defecando esta obra, na merda de seu sistema.
Da bosta que é produto de tua oferenda,
Farei semente a brotar na vasta relva
Celebrarei no âmago do seu sepulcro
Como bactérias digerido úteros
É o ódio emana como um estupro.
Mas pelo amor de Deus-pai, todo poderoso
Dai o gosto de merecer outra esmola
E poder olhar-te no rosto, pois de ti,
Nada além do desprezo, eu espero
As saborosas sobras, vindas dos restos teu reto.