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Este blog é uma danação e possui a intenção de abalar irreversivelmente o seu sistema nervoso. Usando de técnicas psicológicas de violência estética e poesia, seu efeito estimulante danifica os neurotransmissores sociais e possui o mesmo impacto de uma anfetamina no metabolismo químico-cerebral de um homicida do ego. Com substâncias contrárias as utilizadas nos anestésicos de lobotomia, no Benzoato De Sódio e demais conservantes sociais, a dependência gerada a partir de sua ingestão constante, trará fortes alterações psíquicas e de comportamento. Seu aspecto diário e homeopático de insanidade, regula as euforias banais do cotidiano repressivo e a depressão consumista da pós-modernidade líquida (não podendo então ser digerido apenas como arte). Portanto, seus efeitos colaterais são de um estado neural póstumo, como seu autor e as pessoas que pensam - que ainda não estão mortas, não sendo recomendado para menores de idade, dependentes físicos e emocionais e vendedores de placebo. Não me responsabilizo pelos danos mentais, estado de “anarcocatatonia” e ejaculações multi-orgâsmicas provocadas após as exageradas overdoses poéticas.

Lá, utopia morta?

Minúsculos grãos de areia
E a vontade maiúscula
De que eles não caiam no chão...
Eletrochoque nos testículos de Trotisk
É natureza morta?

No sindicato da Contra-cultura,
Um a um, os sonhos foram roubados.
Gritemos ‘força’.
Mas quando as armas de verbo ganharam força...
A força falou:
- Mais alto!!!!
Adeus, Che!
E todos os revolucionários...
Tanto somos torturados
Que quando as palavras ganham força,
...a força continuou falando mais alto...
Não sei se o medo
Ergueu as nuvens de poeira
Ou foi o vento

Quem conduziu os minúsculos grãos de areia...
Para o outro lado?

Enquanto isso, nossas mãos calejadas,
Carregam caminhões d'água
E já não dizemos nada
Em breve...
Se a leve chuva não der descanso
O trabalho virá granito, sôfrego e pranto
De mísseis e armas, palavras e espanto
E as idéias de poeira e areia soltas, irão se solidificando
Seria mais fácil sonhar a utopia se não estivéssemos com as mãos abanando?

Patrick Monteiro