I
A taça cai...
Em partes, se dilacera...
E o líquido então coeso derrama,
Conciso, o vidro se espalha na cama
Ávido, o vinho é absorvido
(Ponto negro)
Na luz branca.
II
Os pedaços vidro aparentam diamantes
Mas não é licor, é sangue
E o quê por inteiro resiste às pedradas do afeto?
III
Pois,
De tão bonitos,
Somos sobre o leito
Como pequenos cacos de vidro.
Este é nosso brocado de expectativas raras
Que não se misturaram as páginas dos livros de anáguas
E nem sobre qualquer ponto de vista,
Suportaríamos, nas saias, o peso de duas medidas
IV
IV
Mas somos folhas aflitas
Feitas de pétalas de porcelana afiada
V
E em contrapartida,
Não somos água
O que ainda há de sólido em nós
Não se mistifica
Esta é a distância que nos separa da vida
Que por concreto, é toda leveza
Afunda em perspectiva e fragmenta-se em tristeza
VI
Nós...
Somos sós...
Por delicadeza.