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Este blog é uma danação e possui a intenção de abalar irreversivelmente o seu sistema nervoso. Usando de técnicas psicológicas de violência estética e poesia, seu efeito estimulante danifica os neurotransmissores sociais e possui o mesmo impacto de uma anfetamina no metabolismo químico-cerebral de um homicida do ego. Com substâncias contrárias as utilizadas nos anestésicos de lobotomia, no Benzoato De Sódio e demais conservantes sociais, a dependência gerada a partir de sua ingestão constante, trará fortes alterações psíquicas e de comportamento. Seu aspecto diário e homeopático de insanidade, regula as euforias banais do cotidiano repressivo e a depressão consumista da pós-modernidade líquida (não podendo então ser digerido apenas como arte). Portanto, seus efeitos colaterais são de um estado neural póstumo, como seu autor e as pessoas que pensam - que ainda não estão mortas, não sendo recomendado para menores de idade, dependentes físicos e emocionais e vendedores de placebo. Não me responsabilizo pelos danos mentais, estado de “anarcocatatonia” e ejaculações multi-orgâsmicas provocadas após as exageradas overdoses poéticas.

As distâncias que separam o mundo

A taça vermelha cai...
Em partes, se dilacera...
A luz branca do mármore das farsas
Mede os pedaços da fera com réguas
Aparenta ser diamante,
Mas o licor é sangue
E este solo de gelo, tão ordinário,
Não sustenta a cor opaca de meus delírios...

Admito... 
Que a pena das expectativas
São como as páginas de um livro
Pétalas de porcelana rasa,
Não tem nenhuma importância
Pois nasceram para ser esmagadas
E como pequenos cacos de vidro
De tão bonitos, eu piso.

Mas como tudo,
Em contrapartida,
O que ainda há de sólido em mim,
Por delicadeza,
Não se fragmenta
Afunda em tormenta
Pois é concreto por leveza

Mesmo se pavimentassem o mar
Com geleiras, 
Sob qualquer ponto de vista,
Esta fragil vidraça que nos separa da vida,
Nem a distância, suportaria
O peso de duas medidas


Patrick Monteiro