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Este blog é uma danação e possui a intenção de abalar irreversivelmente o seu sistema nervoso. Usando de técnicas psicológicas de violência estética e poesia, seu efeito estimulante danifica os neurotransmissores sociais e possui o mesmo impacto de uma anfetamina no metabolismo químico-cerebral de um homicida do ego. Com substâncias contrárias as utilizadas nos anestésicos de lobotomia, no Benzoato De Sódio e demais conservantes sociais, a dependência gerada a partir de sua ingestão constante, trará fortes alterações psíquicas e de comportamento. Seu aspecto diário e homeopático de insanidade, regula as euforias banais do cotidiano repressivo e a depressão consumista da pós-modernidade líquida (não podendo então ser digerido apenas como arte). Portanto, seus efeitos colaterais são de um estado neural póstumo, como seu autor e as pessoas que pensam - que ainda não estão mortas, não sendo recomendado para menores de idade, dependentes físicos e emocionais e vendedores de placebo. Não me responsabilizo pelos danos mentais, estado de “anarcocatatonia” e ejaculações multi-orgâsmicas provocadas após as exageradas overdoses poéticas.

Guerra e Paz

Quero o conflito
Que nasce como uma força bruta
Um instinto carnal filho da puta
Como a raiva do ventre
Ou a dor nervosa de uma úlcera
Um impulso que arde no peito
Já que tudo na vida parece ter seu preço

Eu pago pela ira insolente
Que só quem ama sabe e sente
E para isso,
Tenho muitos motivos desumanos
Se metade de mim
Foi saudade do meigo,
Do cheiro de gente trepando no mato
Ou mesmo do orvalho nos espinhos da rosa
Nos frutos molhados e nas flores frondosas...

Outra parte é puro confronto
De árvore frutífera em dia de aborto
É o pelourinho, em seus velhos galhos
Onde os negros afoitos
Se encontram amarrados

Por inteiro
Eu quero a crise de toda batalha
Das mulheres que se libertaram das surras
E navalhas...

Por completo,
Quero o caos e os cortes
Por cacos de vidro barato,
Eis que quero o desequilíbrio
Com a consciência pedagógica dos oprimidos

Por dentro, quero...
O perfume bêbado dos mendigos
O sangue que pulsa nos suicídios
Em oposição a instituição dos genocídios

Eu quero a visão defeituosa
De um Paulo Freire
E o afeto sincero de um casamento gay
Que superaram os conceitos ultrapassados de família

Eu quero a morte da morte
Em nome da vida
Que de tão frágil – mente – tímida
Diante do espelho...
Burra, pensa que a paz
Só, se conquista (com dinheiro)

Patrick Monteiro